[caption id="" align="alignnone" width="652"] Um garanhão ao lado de um jumento. "Mas isso é um cavalo!" Exatamente![/caption]

O caso de assédio de José Mayer


Em abril deste ano, bombou na internet o caso de assédio sexual do ator José Mayer à figurinista Susllem Tonani da Rede Globo.


Sempre escalado em papéis de macho garanhão reprodutor, Mayer, ao que parece, não encenava, mas praticava em cena seu jeito de ser na vida real.


A atriz Camila Pitanga, inclusive, queixou-se que ele não respeitava o “beijo técnico”, subentendendo que ele se aproveitava para tirar umas lasquinhas das atrizes.


E, como não bastasse dar uns amassos nas beldades globais, o ator resolveu estender a “caridade” às demais profissionais da casa.


A figurinista Su Tonani afirmou que, além de frases abusivas, ele também teria passado a mão em sua vagina, ato que foi presenciado por outras duas pessoas.


Mayer veio a público fazer um mea-culpa assumindo seus erros e, como num passe de mágica, fez um discurso de homem honrado e respeitador das mulheres.


Claro que o discurso politicamente correto não colou.



Mexeu com uma...


Outras atrizes e funcionárias entraram na briga e passaram a usar uma camiseta com os dizeres “Mexeu com uma, mexeu com todas”, em solidariedade à figurinista.


Até aqui, nenhuma atriz saiu em defesa de Mayer, o que poderiam fazê-lo caso ele tivesse exibido sempre uma conduta profissional ética.


Não foi o caso pelo jeito.



Já do lado masculino...


Por outro lado, homens são famosos por terem amigos para todas as horas, mesmo que seja para entrar numa roubada. e neste caso não foi diferente.


Oscar Magrini e Caio Blat foram em defesa de Mayer. Magrini, num rompante de "genialidade", afirmou que a mulher "precisa saber se colocar para não instigar o [desejo] do outro [homem]".


Genial! Digno de um cara que, assim como Mayer, nunca teve outro papel que não fosse o de reprodutor insaciável.


Pode ser até que ambos tenham algum talento para outros tipos de papéis, mas não lembrei nenhum de cabeça.


Acho muito pouco para atores considerados “consagrados”. Consagrados apenas num tipo de papel então.


Caio Blat, um pouco menos “consagrado”, mas mais versátil, afirmou que José Mayer é uma pessoa do bem e que exagerou em algumas “brincadeiras”, mas que o ator não representa uma ameaça.


Concordo com Blat sobre a reputação do pobre acusado. Sugiro inclusive que ele deixe sua esposa sozinha no camarim com Mayer por alguns longos minutos...



Quais lições podemos tirar dessa história?


Dinheiro, fama e pinta de galã (segundo as mulheres). Boa parte desse status conquistado ao longo das décadas vai agora por água abaixo, literalmente pelo ralo.


Tipos "neandertais" como Mayer e Magrini não têm mais espaço nos dias de hoje, apesar de ainda fazerem grande sucesso entre aquelas que continuam se deixando seduzir por homens como eles.


Isso é até compreensível, pois também temos as "fêmeas neandertais" e até algumas mais evoluídas que gostam de relembrar os bons tempos da selvageria.


Mas estas nunca estamparão as manchetes dos noticiários.


Os ditos PUAs (Artistas da Sedução) tentam copiar as atitudes "alfas" dos primitivos, mas não passam de meros escravos da própria libido.


O destino de ambos pode ser parecido, no sucesso e no fracasso, mas os PUAs têm muito menos a perder, apesar de esse "menos" ser tudo o que eles possuem. Pausa para reflexão.



E os homens de bem, que caminhos devem seguir?


Na trajetória de nossas jornadas evolutivas, tendo a mulher um grande papel enquanto companheira na trilha, precisamos lutar para vencer os nossos instintos animais primitivos.


O que separa os atores acima de um homem das cavernas é apenas a habilidade de comunicação, nada mais.


Continuam agindo como agiam nossos antepassados cobertos de pelos.


Ainda assim, não podemos deixar de lado a tal da "pegada", e atingir esse equilíbrio é mais uma das nossas tarefas.


Nessahan Alita, em seus livros, abomina o comportamento assedioso e desrespeitoso com veemência, e chega a antecipar as consequências daqueles que trilham esse caminho.


Pena Mayer nunca tê-lo lido, possivelmente.


Não polarizar nem na santidade, nem na animalidade, eis a fórmula. Buscar equilibrar sedução com respeito, sem perder a pegada, eis o desafio.


Todas as mulheres têm de ser tratadas com educação e respeito. Mesmo aquelas que trapaceiam no amor.


A estas, apenas devolvemos-lhes as consequências de seus atos, e nunca de forma violenta ou passional, e sem perdermos a compostura.


Ser firme e afável. Respeitoso e sedutor ardente. Aqueles extremos paradoxais que já comentamos em outro post.


Aprenda com o exemplo de José Mayer. Não o exemplo ruim, mas a lição que o caso tem mostrado.


Afinal, "inteligente é aquele que aprende com os próprios erros. Sábio é aquele que aprende com os erros dos outros".






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